terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O Começo...

Mégoran é filha do famoso Heracles. Heracles, que deveria ter sido o rei de Micenas, se não fosse pela intervenção de Hera que odiava o filho bastardo de seu marido Zeus. Obediente aos Deuses, Heracles serviu por tempos seu primo que se tornou o rei de Micenas. Porém seu primo era um tirano, enquanto Heracles era bom e altruísta. Quando Heracles salvou a cidade de Tebas, Creonte, o rei de Tebas, pediu para que ele desposasse sua filha: Mégara e governasse seu reino. Heracles e Megara se casaram e tiveram oito filhos (porém apenas três deles são citados na história). Mégoran é filha caçula. Seu nome é propositalmente semelhante ao de sua mãe. Aos 19 anos, Mégoran foi enfeitiçada por Circe, uma Deusa, poderosa bruxa que teve um caso com seu pai. Circe quando conheceu a jovem ficou encantada por sua beleza e doçura e pensou em conservar a meiguice da garota fazendo um encanto. No entanto a intenção do feitiço era não deixar a menina envelhecer. A própria bruxa se espantou quando viu que sua magia havia se extraviado e transgredido o esperado. Mégoran não envelhecia, não adoecia, não se feria; Estava sempre preservada.

ENCONTRO COM PERSEU

Era noite e estava eu ajoelhada na grama molhada do monte dos deuses. Desejava que houvesse algum ali... Ansiava encontrar meu mentor, precisava de ajuda.
- Deus dos deuses, Zeus, chamai teu filho Perseu eu lhe suplico.

E o silêncio pairava.
- Tenha piedade de uma condenada. Tenha piedade de um pouco de sua carne, mesmo que bastarda.

Noite infinda aquela. Fiquei dada à madrugada que não passava.
Cansada mas ainda determinada em meu objetivo continuei:

- Alguém tem de estar nesse lugar! Por que sou ignorada? Não hesitarei em outras noites de vir até aqui, por mais que penoso o caminho, um dia há de valer minha vinda e vocês se manifestaram!
- Por que viestes até aqui? – surpreendeu-me a voz conhecida. Porém, não encontrava o orador, ao meu redor apenas noite.
- Quimera algum Deus do Olímpio tivesse ouvido suas palavras.
Era Perseu. A voz de meu ancestral guia. Minha família. Ausente em pessoa, porém zeloso e presente em pensamento.
- Por que demora se eu sei que me ouve?
- Sou um Deus, já faço mais do que devia por você. - A ironia é que os nossos Deuses não são o que são por sua benevolência e justiça. Deuses podem ser cruéis, egoístas, a maioria preocupada apenas com seus casos internos e se queixando para o que acontece com seus fiéis. Perseu não é exceção, é bom pra mim, pois sou seu legado, sou neta de sua belíssima filha Alcemena. Se não fosse, é certo que não teria sua afeição.

- Não precisa me contar suas mazelas. – ele adiantou-se.
- Sei que não. Sabe o porquê te procuro, então, me dê as respostas que preciso.

- Não a nada para falar que melhore sua alma entristecida. Você espera um Éden de outra vida, como se já tivesse feito algo para merecer. Quiçá ainda faça, mas devo alertar que da forma que age está fadada nessa vida ao descontentamento e eu a suas reclamações.